Casei aos 25 anos com o desejo de aumentar a famÃlia uns tempos mais tarde.
E aos 30 anos pensei “é altura ideal para aumentar a famÃlia”, não
só porque achava que já tinha vivido tempo suficiente a dois, mas também
porque queria ter dois filhos antes dos 40, E assim foi... Três meses
depois, a boa nova chegava. Felicidade extrema. Muitos sonhos e desejos.
Até que algo inesperado inviabiliza a gravidez e às 16 semanas sou
"obrigada" a interrompê-la. Fiquei sem chão. A felicidade extrema foi
rapidamente substituÃda pelo sofrimento. Foi o adiamento de um sonho, de
um desejo e o começar do zero.
Onde fui buscar forças? Não sei. Sei apenas que caÃ. Mas nem
foi tanto a dor fÃsica desta queda… a dor emocional é a que mais domina e
que toma posse de nós. E aos poucos, calmamente, fui-me restabelecendo e
erguendo.
No mesmo ano tentámos novamente e dois meses depois a boa
nova voltou a chegar. Mas mais uma vez, a vida pregou-nos outra partida.
O nosso tão desejado sonho não estava destinado ser realizado naquele
momento. Um acidente de viação tirou de nós aquilo que há tão pouco
tempo havia chegado. E mais uma vez, foi o adiamento do desejo, do sonho
e da vontade incessante de sermos pais.
No entanto, apesar de o ano de 2011 se ter revelado
traiçoeiro, nada nos fez desistir. E como não há duas sem três, em junho
do ano seguinte chega novamente a boa nova. A esperança renasce,
envolvida num misto de sentimentos, onde o medo e a angústia predominam.
Vivi a gravidez dia-a-dia, tentando manter a minha mente positiva e
focar-me no bem-estar do meu filho. A 16 de Fevereiro de 2013 nasce o
Gonçalo. Um momento único. Como mãe, sou suspeita, mas um bebé lindo
(com a testa muito engelhada, fazendo lembrar o meu sogro). Foi o
renascer da felicidade extrema. O sonho tornado realidade. E tudo correu
lindamente. À primeira vista, um bebé perfeitinho, sem qualquer
problema. Pelo menos, até aos 18 meses...